quarta-feira, 27 de abril de 2016

Quem foi Rodrigo Minotauro?

Fala galera que tem fome de MMA, hoje vou falar sobre uma das maiores lendas do esporte: Antonio Rodrigo Nogueira, o minotauro!

Primeiros anos de vida e início nas artes marciais 

Natural de Vitória da Conquista, aos onze anos sofreu um acidente horrível no qual foi atropelado por um caminhão de lixo, ficando vinte e cinco dias em coma e quase um ano internado. Devido a esse acidente possui várias cicatrizes no corpo, incluindo uma nas costas que acabou se tornando um modo simples de distingui-lo de seu irmão gêmeo Rogério Minotouro.
Desde cedo treinou judô, e mais tarde passou a treinar boxe e jiu jitsu(modalidade onde se tornou campeão pan americano antes de receber a faixa preta). Não demorou muito para que fizesse a transição para o vale tudo.

Início no MMA

Rings

Minotauro estreou no MMA em 1999, e após duas vitórias rápidas por submissão partiu para o japão para lutar pelo Rings. Após muitas lutas, me sua maioria vitórias, sagrou-se campeão do torneio do Rings de 2000, e com apenas 13 lutas em sua carreira já havia vencido nomes como Jeremy Horn, Kyoshi Tamura e Valentijn Overeem(2x). Após isso, estreou no PRIDE.

PRIDE

Em sua estréia no Pride "Minota" enfrentou o forte striker Gary Goodridge, e em menos de três minutos de luta o seu jiu jitsu falou mais alto e ele venceu a luta com um triângulo.
Após essa vitória, veio a seu encontro um desafio maior, nada mais, nada menos que o ex-campeão mundial do UFC, Mark Coleman. O brasileiro não se intimidou com o poderoso wrestler e em pouco mais de seis minutos sua guarda fez mais uma vítima. Coleman também foi finalizado por um triângulo.

Campeão mundial dos pesos-pesados

Na sua terceira luta pelo Pride, no dia 3 de novembro de 2001, Rodrigo enfrentou o enorme Heath Herring, em luta válida pelo título inaugural do pride. Após 15 minutos  de combate o brasileiro venceu por decisão unânime e se tornou o primeiro campeão da história dos pesados no Pride. A partir de então, sua carreira apenas decolou.


Após se tornar campeão minotauro venceu 5 lutas seguidas, entre essas vingando-se da sua primeira derrota ao finalizar Dan Henderson. Mas sem dúvida a luta mais famosa da carreira do brasileiro e uma das lutas mais famosas do MMA foi contra o gigante Bob Sapp. com pouco mais de 100kg na época o brasileiro enfrentou o americano que pesava 171kg de puro músculo, e após levar golpes fortíssimos conseguiu sair vencedor com uma chave-de-braço depois de quase 15 minutos de  combate.


















Após essas épicas vitórias, minotauro enfrentaria o lutador até hoje visto como um dos melhores de todos os tempos, o russo Fedor Emelianenko. Minotauro perdeu por decisão unânime e perdeu o título de campeão.


Depois dessa derrota minotauro se recuperou vencendo mais um ex-campeão do UFC. Dessa vez Ricco Rodriguez por decisão unânime. Na sua luta seguinte, enfrentaria um dos lutadores mais perigosos do mundo: Mirko Cro Cop.
Contra o croata minotauro teve uma de suas lutas mais difíceis. O primeiro round de dez minutos foi completamente dominado pelo adversário e no segundo final do primeiro round minotauro foi a knockdown após receber um chute no rosto de Cro Cop. Porém minotauro mais uma vez mostrou seu poder de superação e no segundo round levou seu adversário para o chão e o finalizou com uma chave-de-braço, mostrando mais uma vez seu jiu jitsu de alto nível e se tornando campeão interino do Pride. Minotauro ia cada vez mais mostrando que era um dos melhores lutadores do mundo.
Após essa grande vitória o brasileiro entrou no torneio dos pesados de 2004 e após vencer nomes como Heath Herring e Sergei Kharitonov chegou à final para enfrentar pela segunda vez Fedor Emelianenko. Após uma cabeçada acidental que abriu um corte no russo a luta foi interrompida e declarado um No contest. Na revanche Fedor mais uma vez venceu o brasileiro por decisão unânime.
Depois disso ainda venceria duas lutas e ingressaria no torneio dos pesados de 2006, onde venceu de nomes como Fabrício Werdum. Foi derrotado de maneira polêmica por Josh Barnett na semifinal. Sua última luta no pride foi no último dia de 2006, vencendo Barnett numa revanche por decisão unânime.

UFC

A estreia tão aguardada do brasileiro no UFC aconteceu em julho de 2007, onde ele enfrentou Heath Herring pela terceira vez. Depois de sofrer um knockdown no início do combate, minota venceu mais uma vez o adversário por decisão unânime.

Entrando para a história

Sua segunda luta no evento foi contra o gigante Tim Sylvia, válida pelo título interino de campeão dos pesos pesados do UFC.Depois de ser derrubado nos primeiros dois rounds e ver a vitória desaparecendo, Minotauro puxou o americano para a meia guarda, raspou e o finalizou com uma fantástica guilhotina, se tornando o primeiro e único homem na história a ser campeão do Pride e do UFC.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Perda do cinturão e luta com lenda

Em sua primeira defesa de seu título interino minotauro enfrentou o ex-campeão do UFC Frank Mir. Minotauro foi nocauteado pela primeira vez na sua carreira no segundo após ir a kcnockdown três vezes.
Sua luta seguinte seria memorável. Seu adversário seria ninguém menos que Randy "The Natural" Couture, o único homem a ser campeão do UFC cinco vezes e em duas categorias diferentes. Num embate histórico e muito disputado o brasileiro saiu vencedor após dar dois knockdowns em seu oponente e quase finalizá-lo co um triângulo de mão.


                                                                                            

Oscilação de vitórias e derrotas 

Após essa luta Minotauro foi nocauteado pela segunda vez em sua carreira pelo futuro campeão do UFC Cain Velasquez, e desde então sua carreira só oscilou. Após três cirurgias nos quadris e no joelho o guerreiro brasileiro conseguiu lutar no UFC rio, primeira edição do UFC no brasil em 13 anos. Na sua frente tinha o jovem finalista do TUF Brendan Schaub. Numa performance incrível minotauro nocauteou seu oponente no primeiro round, fazendo a alegria de todos na HSBC Arena.

    Grave lesão

  No final de 2011 Rodrigo Minotauro enfrentou Frank Mir numa revanche em Toronto. Após atordoar o adversário Minotauro arriscou-se numa guilhotina e permitiu que Mir se recuperasse. O americano encaixou uma kimura e quebrou o braço do brasileiro. Assim Frank Mir se tornou o primeiro na história a nocautear e a finalizar minotauro.

                                                                                                                                                                                                                                     



















A última vitória de Minotauro foi em outubro de 2012 contra Dave Herman. O americano disse que o jiu jitsu de Nogueira não funcionaria contra ele, e minotauro provou que estava errado. No segundo round da luta o brasileiro o finalizou com uma chave-de-braço, fazendo a alegria de todos presentes em Fortaleza.

TUF e Aposentadoria

Minotauro em 2012 foi um dos técnicos do TUF Brasil 2, tendo como seu adversário Fabrício Werdum. Ao final do programa na luta entre os dois o campeão mundial de jiu jitsu Werdum finalizou minotauro com uma chave-de-braço. O golpe rompeu um ligamento do braço de Minotauro.


Após essa derrota Minotauro foi para Abu Dhabi enfrentar o vencedor do TUF Roy Nelson. Na última semana de treinos o brasileiro rompeu dois tendões do joelho. O americano aniquilou Minotauro acertando fortes golpes no brasileiro que foi nocauteado até a inconsciência ainda no primeiro round.
Foto: Getty Images

                                                                                 









                                                                               
Foto:Getty Images













Depois de um longo tempo parado Minotauro voltou a lutar em agosto de 2015 no UFC 190 contra o lutador mais alto do UFC Stefan Struve, de 2,11 de altura. Numa performance fraca o brasileiro foi derrotado por decisão unânime e após essa luta aposentou-se do MMA. Ele se tornou embaixador do UFC no Brasil e é responsável pelo desenvolvimento de atletas brasileiros no UFC.

Fica aqui meu eterno agradecimento por ter visto essa lenda viva lutar, muito obrigado Rodrigo Minotauro por tudo que fez no cage e pelo o que está fazendo fora dele!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Quem foi Royce Gracie?

Fala Galera que tem fome de MMA, hoje vou falar de um dos lutadores mais importantes da história do MMA: O lendário Royce Gracie.

Os primeiros passos


As artes marciais e Royce estiveram juntos desde sempre, já que seu pai era nada menos que Hélio Gracie, o fundador do Brazilian Jiu Jitsu e por isso a maioria das lembranças de Royce de sua infância são em academias onde ele treinava ao lado de seus irmãos mais velhos e seus primos. Desde jovem ele treinava com grandes nomes como por exemplo Rolls Gracie, e após a morte deste Royce e seus irmãos passaram não só a ter como também a dar aulas no centro da cidade do Rio de Janeiro. Aos 17 anos seu irmão Rorion o convidou para ir com ele aos Estados Unidos para ensinar BJJ por lá, e Royce aceitando o pedido passou a ensinar Jiu Jitsu na garagem de seu irmão sem saber formular uma frase sequer em inglês, dizendo apenas a palavra "stop" quando os alunos faziam algo errado. Apesar de agora está em outro país para difundir a arte de sua família, Royce não recebia muitas oportunidades de mostrar seu talento com sua arte, pelo fato de ser o mais novo de seus irmãos e pelo fato de que embora já fosse adulto não tinha a responsabilidade de um, não tendo coisas como cartão de crédito ou conta bancária. Mas isso estava prestes a mudar.

The Ultimate fighting Championship

A ideia de Rorion Gracie era a seguinte: Criar um torneio onde 8 lutadores de diferentes pesos e representando diferentes artes marciais se enfrentariam com pouquíssimas regras para definir qual estilo de luta era o mais efetivo num combate real, assim Royce, sendo o lutador mais leve da competição estreou no vale tudo.

UFC 1 : The Beginning

O primeiro evento do UFC foi revolucionário para as artes marciais, pois pela primeira vez um torneio dessa magnitude acontecia, e Royce foi um dos maiores responsáveis por isso. Na sua primeira luta ele enfrentou o boxeador Art Jimmerson, que entrou no octógono com apenas uma luva de boxe. Gracie rapidamente derrubou seu adversário e montou e sem encaixar nenhuma finalização Jimmerson desistiu. O Jiu Jitsu vencera seu primeiro desafio.
Na sua segunda luta Royce teria pela frente um adversário que se tornaria seu grande rival pelos próximos anos: Ken Shamrock. Shamrock diferente dos outros lutadores já tinha experiências num torneio semelhante ao UFC, o Pancrase e além disso também conhecia algumas submissões, tendo em suas chaves de perna suas melhores armas. Nada disso seria suficiente para vencer o brasileiro, em menos de um minuto o americano arrogante seria finalizado pelo brasileiro com um mata-leão.

Na última luta ele venceu o praticante de savate de Gerard Gordeau com um mata-leão em menos de dois minutos e se tornou campeão do primeiro UFC.
                                                    Foto de Jose Fraguas/Arquivo pessoal
              

UFC 2

Alguns meses depois de seu triunfo no primeiro evento do UFC, Royce entrou no UFC 2, que agora possuía um formato de 16 lutadores. Royce conseguiu o feito de vencer quatro oponentes na mesma noite passando no total apenas nove minutos e três segundos no octógono. Dessa vez Royce venceu representantes de artes diferentes do primeiro como do karatê,judô e kung fu.
                                        Royce finalizando Jason DeLucia, representante do Kung Fu

UFC 3

Na minha opinião o UFC 3 mostrou não só a eficácia do Jiu Jitsu, mas também a raça e força de vontade do próprio Royce Gracie, que lutou apenas uma vez contra Kimo Leopoldo que era cerca de 45 kg mais pesado que Royce. Após quatro minutos e quarenta segundos de um combate incessante o brasileiro finalizou o enorme americano com uma chave de braço. Infelizmente a fadiga e a desidratação aguda causadas por essa luta impediram que Royce continuasse no torneio, que até chegou a entrar no cage para a luta seguinte mas não lutou pois não conseguia enxergar. Após saber que o brasileiro não poderia continuar, Ken Shamrock que ansiava por uma revanche também se retirou do torneio.

UFC 4

Voltando ao evento novamente num formato com oito lutadores Royve foi campeão do UFC pela última vez, e provavelmente essa foi a série mais complicada de lutas para ele no evento. Na primeira luta ele passou fácil pelo lutador já com idade avançada Ron Van Clief com um mata leão.
Já na segunda ele enfrentou o perigoso Keith Hackney, que em determinado momento chegou a abalar Royce com um forte soco na testa, mas apesar da dificuldade aos cinco minutos e trinta e dois segundos o seu jiu jitsu falou mais alto e ele venceu com uma chave de braço.

Na grande final ele enfrentaria seu maior desafio até então: O especialista em wrestling Dan Severn, que além de dominar uma arte de grapling, era muito mais pesado que o brasileiro. Logo nos primeiros momentos da luta o americano derrubou o Gracie e permaneceu encima dele por longos quinze minutos. Apesar de não conseguir acertar nenhum golpe sólido e de não encaixar nenhuma submissão, ficar tanto tempo carregando o peso do adversário certamente exauriu Royce. Porém, aos quinze minutos e quarenta e nove segundos e jiu jitsu mais uma vez salvou o brasileiro que encaixou um triângulo para vencer o poderoso wrestler.


















UFC 5 - A superluta

Em 1995 o UFC organizou uma superluta entre os dois lutadores mais famosos até então: Royce Gracie e Ken Shamrock, que se enfrentariam num combate onde não haveria limite de peso nem rounds ou juízes. A luta foi um monólogo onde o americano se contentou em permanecer na guarda do brasileiro acertando algumas cabeçadas, que machucaram o olho de Royce. Após 36 minutos da luta mais longa da história do UFC foi declarado um empate que foi muito comemorado pelos americanos e que frustrou os brasileiros. Esta seria a última luta de Royce no UFC em mais de 10 anos.

PRIDE

Depois de seu sucesso na América, estava na hora de voar até o outro lado do mundo para mais desafios, e assim Royce o fez. Em 30 de janeiro de 2000 ele enfrentou a estrela japonesa Nobuhiko Takada e  o venceu assim como seu irmão Rickson anos antes. Após esse vitória ele protagonizaria a luta mais longa da história do MMA moderno, contra outro astro japonês, Kazushi Sakuraba.
No dia primeiro de maio de 2000 os dois especialistas em luta agarrada se enfrentaram num combate onde os rounds tinham 15 minutos e não havia jurados. Após 1 hora e meia de luta, Royce desistiu no córner após ter sua fíbula fraturada com um chute do japonês.

Dois anos depois de sua derrota para Sakuraba, O mais jovem dos Gracies enfrentaria o judoca medalhista olímpico Hidehiko Yoshida num embate controverso: Após sete minutos de combate o japonês encaixou um estrangulamento e disse em japonês ao árbitro que Royce havia desmaiado. O juiz parou a luta e o brasileiro se levantou logo em seguida extremamente indignado pela decisão tomada pelo árbitro. A luta foi mudada para No contest.
No ano seguinte os dois lutariam novamente e dessa vez apenas Yoshida lutaria com o wagui. Após 20 minutos de domínio total do brasileiro a luta acabou e por não haver jurados foi declarado um empate. Ao final da luta Royce fez um gesto de "Ainda está respirando pelo nariz".
 Depois dessa vitória moral contra Yoshida Royce lutou contra o imenso lutador de sumô Akebono Taro, e com apensar dois minutos e treze segundos o finalizou com uma omoplata.
Sua última luta no japão foi num empate contra o japonês Hideo Tokoro, num combate de dois rounds de 10 minutos.

Volta ao UFC e revanches contra Sakuraba e Shamrock

Em 2006 Royce voltou ao UFC e enfrentou nada mais nada menos que o campeão mundial dos pesos meio-médios, o forte wrestler Matt Hughes. O resultado mostrou como o Jiu Jitsu do brasileiro se comportaria ao confrontar um adversário mais completo e que já conhecia a arte marcial. Antes do fim do primeiro round Royce foi derrotado por nocaute técnico.
Em 2007 Royce teve sua revanche contra Kazushi Sakuraba e o venceu por decisão unânime, porém depois da luta testou positivo para Nandrolona, o que apenas aumentou a rivalidade entre Royce e o "Caçador de Gracies".
A última luta de Royce até o momento foi em fevereiro de 2016 no Bellator, onde ele enfrentou seu antigo rival Ken Shamrock. Com pouco mais de dois minutos Royce aplicou uma joelhada na virilha do americano que não foi vista pelo árbitro e em seguida o venceu por nocaute técnico. Após os protestos de Ken, a luta permaneceu como vitória de Gracie. 

Fica aqui o meu agradecimento para essa lenda do MMA, que sem dúvida foi essencial para o desenvolvimento das artes marciais e para o surgimento do esporte. Sem dúvida sem Royce e o Jiu jitsu de sua família as arts marciais ainda estariam extremamente retrógradas.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Quem é Vitor Belfort?

Fala Galera que tem Fome de MMA, hoje vou falar de um dos maiores representantes do MMA brasileiro de todos os tempos, o fenômeno Vitor Belfort!

Vitor Belfort começou no judô, mas tornou-se mais conhecido no jiu jitsu como aluno do mestre Carlson Gracie. Se tornou o faixa preta mais jovem da história do BJJ e na arte suave chegou a ser medalha de bronze no ADCC de 2001 na categoria absoluto, perdendo apenas para o seu companheiro Ricardo Arona. Porém, o interesse do carioca era o vale tudo, e em 11 de outubro de 1996 sua história no recente esporte começou.
                                               Foto de: Marcelo Alonso

O início 

A primeira luta profissional de Vitor aconteceu em Honolulu, no Havaí, onde ele enfrentou Jon Hess, e mesmo sendo mais baixo e bem mais leve que seu adversário, ele o venceu por nocaute em apenas 12 segundos de luta, após esse início de carreira fulminante, ele ingressaria para o UFC.
                                                           Foto do Facebook do Vitor

UFC

O pupilo de Carlson Gracie estreou no UFC em fevereiro de 1997 no torneio dos pesos pesados e em apenas 2 minutos venceu suas duas lutas na noite nocauteando Tra Telligman e Scott Ferrozo, se tornando campeão do GP dos pesados no evento. Poucos meses depois voltou ao octógono e destruiu o famoso Tank Abbot em menos de um minuto. Suas mãos rápidas e seu incrível poder de nocaute lhe renderam o apelido de "the phenom" (o fenômeno). Porém sua primeira derrota viria pelas mãos de uma futura lenda do esporte Randy Couture, que soube utilizar seu jogo de wrestling e clinch para anular o boxe do brasileiro e após mais de oito minutos de combate conseguiu parar Belfort por nocaute técnico.
Após isso, Vitor ainda lutaria uma vez como peso pesado finalizando Joe Charles no UFC Japão, mas na luta seguinte desceu para os meio-pesados com um nocaute brutal sobre Wanderlei Silva em apenas 44 segundos no UFC Brasil em São Paulo no ano de 1998. Depois dessa luta Vitor assinou com o PRIDE.

PRIDE

A estréia de "Vitinho" no Pride foi contra o japonês Kazushi Sakuraba. Ele controlou os primeiros momentos da luta, mas quebrou sua mão e após isso passou o resto do combate com as costas no chão recebendo pisões e chutes de seu adversário. Depois dessa derrota ele parou de treinar com Carlson Gracie e se uniu à Brazilian Top Team. Em geral sua primeira passagem pelo Pride foi boa, foram quatro vitórias seguidas sobre nomes como Gilbert Yvel e Heath Herring. Após essas lutas retornou ao UFC.

Campeão mundial

Na sua primeira luta de volta ao UFC Vitor travou uma verdadeira batalha com Chuck Liddell, na qual perdeu numa decisão unânime muito apertada. Logo depois nocauteou Marvin Eastman no primeiro round e conseguiu a chance de disputar o título dos meio pesados contra um rival já conhecido: Randy Couture. Ao entrar na Arena era possível ver em seu rosto que ele não tinha condições psicológicas para lutar devido ao desaparecimento da sua irmã, mas mesmo assim foi para o combate e nos segundos iniciais desferiu um soco que pegou de raspão do olho de Randy Couture e o incapacitou de continuar lutando. O médico parou a luta e Vitor agora era o novo campeão mundial meio-pesado do UFC. Infelizmente, na revanche com o americano acabou sendo derrotado e perdendo seu título. Depois disso foi enfrentar  o ex-campeão mundial do evento Tito Ortiz e numa luta extremamente equilibrada, acabou perdendo por decisão dividida. Essa seria sua última luta no UFC em mais de 4 anos.

Pós UFC

Depois da sua luta com Ortiz, Vitor lutaria em eventos como Pride, Affliction e Cage Rage e enfrentando atletas como Alistair Overeem, Dan Henderson e Matt Lindland, e apesar de ter conseguido mais vitórias que derrotas, não convencia, já que não apresentava so mesmos desempenhos de anos antes, porém isso mudou quando retornou ao UFC em setembro de 2009.

Anabolizantes

Após a derrota para Dan Henderson no Pride 32, Vitor testou positivo para altos níveis de testosterona, em sua defesa o brasileiro disse que talvez houvesse testosterona em injeções de reabilitação que tomou para sua recuperação após uma lesão no menisco em 2006, que foram ministradas por seu endocrinologista. A comissão atlética de Nevada assumiu que Belfort poderia não saber que suas injeções contiam testosterona, mas ainda assim o suspendeu por 9 meses e o brasileiro teve que pagar uma fiança de dez mil dólares.

Volta ao UFC e disputas de título

Seu retorno ao maior evento de MMA do mundo foi triunfal, o adversário era o ex-campeão dos médios Rich Franklin, e Vitor venceu por nocaute ainda no primeiro round e rumores de uma possível disputa de cinturão contra o campeão Anderson Silva, ex-parceiro de treinos de Vitor começaram a surgir, rumores que se confirmaram em fevereiro de 2011, no UFC 126. Nessa luta Vitor foi nocauteado com um chute frontal no rosto, sendo Anderson Silva o único lutador até o momento a nocautear Vitor sem usar quedas e Ground and Pound.
                                          Photo by: Tracy Lee

Após duas vitórias rápidas sobre Yoshihiro Akiyama e Anthony Jonhson, Vitor enfrentou Jon Jones pelo título mundial dos pesos meio-pesados do UFC em setembro de 2012. Apesar de no início da luta quase ter finalizado o campeão com um armlock, foi finalizado com uma americana no quarto assalto do combate.


Depois dessa derrota Vitor retornou aos médios e conseguiu três vitórias por nocaute com chutes na cabeça seguidas sobre Michael Bisping, Luke Rockhold e Dan Henderson e assim conseguiu o direito de disputar o título mais uma vez, dessa vez com o novo campeão, Chris Weidman. Apesar do bom início, onde chegou a conectar golpes sólidos no rosto do americano, ainda no primeiro round foi derrubado e parado por golpes.
Sua luta mais recente foi numa trilogia com Dan Henderson no UFC Fight Night em São Paulo, em Novembro de 2015. Numa luta muito parecida com a segunda, Vitor nocauteou seu adversário com um chute na cabeça e socos no chão ainda no primeiro round.
Agora é esperado que lute contra Ronaldo Jacaré em maio de 2016 em Curitiba, no maior evento já realizado no Brasil, onde o vencedor provavelmente lutará pelo título.
Apesar de não ser o meu lutador favorito, o que eu acho irado na história do Vitor é a sua persistência e sua mentalidade de jamais desistir, o cara com 19 anos nocauteava todo mundo e depois de 20 anos ainda é um dos top da sua categoria! isso é pra ser respeitado.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quem foi Carlão Barreto?

Fala galera que tem fome de MMA,

Se você acha que Carlão Barreto é apenas o comentarista do Canal Combate, você está muito enganado.

Oriundo do jiu jitsu, sendo treinado pelo lendário Carlson Gracie, Carlos Barreto se tornou um faixa preta habilidoso, e tendo parceiros de treino como Murilo Bustamante e Zé Mário Sperry, a transição para o vale tudo não demorou muito.

Os primeiros passos

As três primeiras lutas de Carlão aconteceram em 1996 com lutas no Japão, Brasil e nos EUA. Conseguiu sair vencedor nas três, com dois nocautes técnicos e uma finalização. Porém, sua fama só aumentou quando lutou no Universal Vale Tudo Fighting 6, que aconteceu em no Metropolitan, em São Paulo, no ano de 1997.

A consagração

Entrando para lutar no UVF, o clima era de "Brasil x O resto do mundo", clima esse que só aumentou quando Kevin Rendleman, que tinha vencido a edição 4 do evento disse que adoraria voltar para "derrotar mais brasileiros".
A primeira luta da noite para Carlão foi contra o pesadíssimo canadense Geza Kalman. No início da luta Kalman intencionalmente jogou o brasileiro fora do ringue, o que fissurou uma das costelas de Carlão. Vencendo a dor, o pupilo de Carlson Gracie finalizou o adversário aos três minutos e dois segundos da luta, avançando na chave do torneio.
Sua segunda luta na noite foi contra o wrestler de mãos pesadas Dan Bobish. Logo na primeira trocação o brasileiro sofreu um knockdown, que segundo o próprio Barreto poderia ter encerrado a luta se Bobish não tivesse ido para cima. Após quase oito minutos de combate, o jiu jitsu de Carlão novamente falou mais alto e ele finalizou Dan Bobish com um triângulo.
Na grande final ele teria em sua frente o poderoso wrestler Kevin Rendleman, que vinha cumprindo sua promessa de derrotar brasileiros após vencer Ebenezer Fontes Braga e Mário Neto com performances impecáveis.
Quando a luta começou a tensão e a adrenalina jorravam na arena. No córner americano Mark Coleman gritava e tentava passar instruções ao seu pupilo em meio a gritaria que a torcida fazia. Do outro lado Ricardo Libório juntamente a Wallid Ismail tentavam estimular Carlão Barreto a finalizar o combate. Em determinado momento Libório e Coleman chegaram a trocar empurrões e a torcida jogou cerveja e outros objetos no americano.
Após vinte e dois minutos de luta, ouvindo a instrução de Carlson Gracie, Carlão Barreto puxou seu adversário para a guarda e o apagou com um triângulo, fazendo a alegria de todos presentes no Metropolitan.

Pós UVF

Depois do seu triunfo no UVF, Carlão foi direto lutar no UFC 15, lá enfrentou o lutador de mãos pesadas Dave Beneteau. Apesar do bom início, onde chegou a dominar as costas do adversário, o faixa preta de jiu jitsu foi derrotado por decisão unânime. Dois anos depois, voltou ao Brasil para lutar o IVC, onde se tornou campeão do GP dos pesos pesados após duas vitórias sobre Branden Lee Hinkle e Pedro Otavio. Ainda em 1999 lutou no Pride 6 contra Igor Vovchanchyn e perdeu por decisão unânime.Voltaria a lutar no evento no ano seguinte, vencendo Tra Telligman por TKO. Após três derrotas seguidas, se tornaria campeão peso pesado do Meca World Vale Tudo ao vencer Marcelo Souza. Em julho de 2003 venceu o futuro lutador do UFC Ben Rothwell por nocaute com um chute na cabeça. No mesmo ano foi derrotado por Travis Wiuff e sua última vitória foi contra Bobby Hoffman no Jungle Fight 2, evento de seu antigo parceiro de treinos Wallid Ismail.

Aposentadoria

Após mais três derrotas seguidas para nomes como Aleksander Emelianenko e Vladimir Matyushenko, encerrou sua carreira em 2005. Desde então se tornou árbitro, comandando diversas lutas em muitos eventos nacionais e também se tornou comentarista do Canal Combate.
                                          Foto de Marcelo Alonso


domingo, 3 de abril de 2016

Rivalidades do MMA: Brazilian Top Team vs Chute Boxe

Fala Galera que tem fome de MMA, começando essa série sobre rivalidades do esporte, nada melhor que falar de uma rivalidade brasileira...


Quando o Pride era o maior evento do mundo para um lutador brasileiro havia apenas duas rotas claras para uma carreira de sucesso no MMA: via a carioca BTT e via a curitibana Chute Boxe. As duas equipes reuniam alguns dos melhores lutadores do mundo na época, a BTT com Ricardo Arona, Zé Mário Sperry e os irmãos Nogueira. A chute Boxe com Wanderlei Silva e os irmãos Rua(Maurício shogun e Murilo ninja).
                                          Photo by: espn.uol.com.br

O início

A rivalidade existia desde sempre, pois as duas equipes participavam do mesmo evento e as duas tinham o mesmo objetivo: o de ser a melhor em seu esporte, porém, a animosidade entre as equipes surgiu quando o Pride convidou a BTT para realizar um trino aberto com um japonês chamado Yamamoto, que iria enfrentar Assuério Silva, lutador da Chute Boxe. Esse acontecimento causou a ira no técnico da CB Rudimar Fedrigo, que passou esse sentimento para os atletas.

O primeiro conflito

Pouco tempo depois, as duas equipes estavam no mesmo hotel e na hora do café da manhã Ricardo Arona, que estava fazendo sua estréia no Pride foi cumprimentar Wanderlei Silva, Wanderlei o insultou e as duas equipes quase brigaram no café. A partir de então as equipes eram postas em vestiários diferentes, em andares de hotel diferentes, tudo era feito para que um conflito maior fosse evitado.

A primeira luta

A primeira luta entre BTT x Chute Boxe aconteceu entre Murilo ninja e Mário Sperry, onde era possível ver que os nervos dos atletas estavam à flor da pele. Na primeira trocação da luta Sperry sofreu um knockdown e a partir de então ninja teve uma vantagem na luta. Apesar de abalado pelo golpe, o lutador da BTT quase finalizou o curitibano várias vezes, mostrando que mesmo sendo 14 anos mais velho não iria desistir de vencer. No córner  curitibano um ritmo forte era imposto para ninja através dos gritos de incentivo, que desestabilizavam o córner da BTT. O impacto emocional foi tão grande que Rodrigo Minotauro começou a chorar ao ver seu professor sendo "desrespeitado" pelos atletas da equipe adversária.  
                                           Photo by: Clipshq.me

 A vingança

Sete meses depois da vitória de Murilo ninja, foi a vez de Ricardo Arona, que vinha de vitórias sobre Dan Henderson e Guy Mezger vingar sua equipe entrando no ringue com o curitibano. Após uma luta disputada na maior parte do tempo no chão, o jiu jitsu de nível mundial de Arona falou mais alto e a BTT vingou sua derrota.

Entrando para história

No histórico GP dos médios de 2005 as duas equipes entrariam em confronto três vezes, lutas essas que se tornaram verdadeiros clássicos do MMA mundial. A primeira luta foi entre shogun e minotouro, pelas quartas de final do GP. Os dois deram um show numa luta extremamente emocionante com um kockdown para cada lado e muita técnica tanto em pé quanto no chão. A luta até hoje é uma das melhores lutas da história do esporte. Shogun venceu por decisão unânime e avançou à semifinal.                                                  Photo by:mmabyneko
Photo by:mmaspace






                             





                                                                                     

Quatro anos depois do desentendimento no café da manhã, Arona, que havia vencido Dean Lister e Sakuraba enfrentaria Wanderlei, que vencera Yoshida e Nakamura na semifinal. Numa luta que foi controlada pelo carioca tanto em pé por meio de poderosos chutes baixos e no chão com fortes marteladas, Ricardo saiu vencedor por decisão unânime e avançou para a final contra shogun, que havia vencido Alistair Overeem.
                                          Photo by: Marcelo Alonso
Na grande final do GP, não era só Ricardo Arona x Maurício shogun, não era apenas Rio de Janeiro x Paraná, era BTT x Chute Boxe, e valia título. A tensão era visível no rosto dos atletas, tanto no córner quanto na platéia e no ringue. Arona com a canela machucada, à base de anti-inflamatórios e shogun vindo de uma vitória sobre Overeem na mesma noite e uma guerra com Minotouro um mês antes foram à luta. Após ser derrubado, shogun atacou com uma omoplata e a partir de então controlou o combate, nocauteando seu adversário com menos de três minutos de combate, assim a Chute Boxe se tornava campeã do GP pela segunda vez, já que Wanderlei havia sido campeão dois anos antes.
                                         Photo by:mmabyneko

Pelo título

Seis meses depois, Arona e Wanderlei mais uma vez se enfrentariam, dessa vez valendo o título de campeão mundial peso médio do Pride. Dessa vez, numa luta muito equilibrada. Wanderlei saiu vencedor por decisão dividida e Arona muito chateado disse ter perdido para a máfia japonesa e não para o seu adversário.

O fim

A última luta da rivalidade no Pride aconteceu em Abril de 2006, com Paulo Filho, da BTT vencendo Murilo ninja, da Chute Boxe, por decisão unânime. A partir de então, com o fim do Pride, a aposentadoria de alguns lutadores e o próprio amadurecimento dos mesmos a rivalidade esfriou, e hoje o clima entre os antigos membros das equipes é de paz.

Fonte: Wikipedia, combate, YouTube.

sábado, 2 de abril de 2016

Quem foi Ryan Gracie?

Fala Galera que tem fome de MMA,
 Ryan Gracie, o "Gracie Bad Boy", foi um dos lutadores mais carismáticos da família.Irmão de Renzo e Ralph Gracie, após o divórcio dos pais se viu morando com seus irmãos, numa casa que estava sempre com a porta aberta e recebia diversos encrenqueiros do bairro. Na sua infância e adolescência Ryan presenciou e filmou várias lutas entre lutadores de jiu jitsu e lutadores da luta livre, sendo ele quem filmou um famoso vídeo de Rickson Gracie enfrentando Hugo Duarte na praia do Pepe.

Com o passar dos anos, o temperamento extremamente explosivo de Ryan foi se tornando um problema, tendo sido preso várias vezes por causa de brigas. Chegou a ficar 18 dias preso acusado de esfaquear um rapaz, sendo absolvido depois. Assim, a transição para o MMA parecia óbvia, e assim foi. No dia 27 de agosto de 2000, o "Gracie Devil" estreou no MMA, vencendo Tokimitsu Ishizawa por nocaute em pouco mais de dois minutos.

Na sua segunda luta, tentou vingar sua família lutando contra Kazushi Sakuraba, o "caçador de Gracies" e acabou sendo derrotado por decisão unânime. Também foi derrotado numa revanche por Ishizawa devido a uma lesão.
 A partir de então, venceu todas as lutas que fez, com apenas uma vitória por decisão, dentre essas lutas, venceu muitos alunos de Yoshida e de Sakuraba,aumentando a rivalidade entre BJJ e Judô, e constantemente pedia para os donos do pride uma revanche com Sakuraba e uma luta com Yoshida, afim de vingar sua família. Teve grandes rivalidades contra Wallid Ismail,porém nunca chegou a lutar contra ele e com Jorge Patino "macaco", tendo os dois depredado uma loja em um de seus conflitos.

Em 14 de dezembro de 2007 foi preso após ter tido uma crise de paranoia e ter fugido pelas ruas de São Paulo. Na fuga roubou um carro e tentou roubar uma moto. Foi detido por motoboys e preso. Foi sedado e segundo o delegado, apresentou tranquilidade. No dia seguinte foi encontrado morto em sua cela. Segundo o laudo do IML, a causa morte foram os remédios ministrados pelo psiquiatra dr. Sabino Ferreira de Farias Neto. O doutor foi indiciado culposo, com base no laudo médico.

Ryan tinha 33 anos e deixou um filho nascido em 2001.