domingo, 26 de agosto de 2018

Cris Cyborg x Amanda Nunes - O maior confronto da história

Fala Galera que tem Fome de MMA, como vocês sabem foi anunciado que o UFC 232, em 29 dezembro terá como evento principal a superluta entre as brasileiras Cris Cyborg e Amada Nunes. A maioria de nós brasileiros não gosta de ver compatriotas se enfrentando, mas essa luta em especial eu acho que todo mundo quer ver.




Cenário geral

Essa luta tem tudo para ser a maior da história do MMA feminino. De um lado se tem a maior lutadora de MMA de todos os tempos, invicta há mais de uma década, campeã de todos os eventos que já passou e em todas as suas vitórias só foi para decisão dos juízes três vezes. Do outro temos uma representante da nova geração, uma guerreira que treina numa das maiores equipes do mundo e que chegou ao posto de campeã dos galos finalizando Miesha Tate e defendeu seu título nocauteando Ronda Rousey e Raquel Pennington, todas essas vitórias com performances impecáveis, vale lembrar.
O interessante desse confronto é que a iniciativa partiu da Amanda Nunes, que desafiou a campeã da categoria de cima. Essa atitude mostra que a leoa tem muita confiança de que é capaz de vencer, além de se mostrar disposta a entrar nesse mundo de superlutas que o UFC vive hoje em dia. 

Falando num ponto de vista de fã do esporte, ter essas duas brasileiras se enfrentando é muito bom não só para as mulheres no MMA, pois sem dúvida será uma guerra, mas também muito bom para o Brasil, pois mostra como o nosso país ainda tem relevância no esporte mesmo sem ter campeões. A única questão triste dessa luta é que não creio que haverá uma venda de pay per view muito grande, pois apesar de serem grandes lutadoras não possuem imagens muito veiculadas na mídia.

Retrospecto

Ambas estão em ótimas fases. Cyborg como eu já disse não perde há mais de uma década, e nesses dez anos colecionou grandes vitórias sobre nomes do nível de Shayna Bazsler, Marloes Coenen, Gina Carano e Holly Holm. Todas essas vitórias foram incontestáveis e com exceção de Holm, a campeã venceu todas por nocaute.

Amanda também vem de ótimas apresentações. Sua última derrota foi para Cat Zingano em 2014, e de lá para cá venceu nomes como Miesha Tate, Ronda Rousey e Valentina Shevchenko. Seu desempenho na sua segunda luta contra Valentina não foi dos melhores, porém é correto afirmar que ela tem enfrentado oponentes mais duras que Cyborg.

Favoritismo

Eu acho que a campeã dos penas é favorita por uma pequena margem. Cris Cyborg é mais pesada e mais forte, e essa força a coloca à frente da rival em todos os rumos que a luta pode tomar, principalmente porque em termos técnicos as duas têm estilos muito semelhantes. As duas preferem a trocação e possuem jogos de chão razoáveis, a única diferença técnica é que a curitibana costuma variar mais nos ataques com chutes e joelhadas. Nesse contexto eu vejo a Cris chutando bastante as pernas da Amanda, principalmente para enfraquecer a trocação da leoa, e também vejo ela tendo condições físicas e técnicas de levar a luta para o chão. A bolsa de apostas vê a curitibana como favorita por uma margem bem pequena, e eu concordo com os fãs. Para mim a Cyborg vence, mas não será nada surpreendente se a Amanda bater a melhor de todos os tempos. 

domingo, 5 de agosto de 2018

UFC 227- resultados

Fala Galera que tem fome de MMA, o UFC 227 acabou algumas horas atrás e eu vim comentar sobre o que aconteceu. Esse evento vai ficar marcado na história do esporte, pois o maior campeão do ultimate perdeu seu título e o maior peso galo de todos os tempos foi coroado, mas calma, vamos falar de tudo por partes.


Demetrious Johnson x Henry Cejudo 2


No co luta principal da noite tivemos uma revanche pelo título dos moscas, com o então campeão Demetrious "mighty mouse" Johnson enfrentando o campeão olímpico Henry "the messenger" Cejudo. O campeão mais longo da história do UFC estava indo para sua defesa de número 12, e se vencesse, tudo indicava que o próximo passo seria uma superluta com o campeão dos galos, já que ele teria limpado sua divisão. Já o desafiante queria se vingar da derrota sofrida dois anos antes e se tornar o primeiro campeão olímpico a conquistar o título do UFC.

Johnson era o franco favorito, por ser mais completo, mais rápido e por ter vencido a primeira luta com facilidade em menos de três minutos. Eu acreditava que Cejudo ia vir muito melhor para essa luta e foi isso que vimos. O desafiante se mostrou muito explosivo, andou para frente o tempo todo e soube usar seu wrestling superior para vencer a luta e se tornar o primeiro homem a vencer Demetrious Johnson na divisão dos moscas.


A luta

Logo no primeiro round o campeão acertou alguns chutes na panturrilha do adversário que fizeram com que o campeão olímpico tivesse muita dificuldade para plantar a base, e por uns instantes eu achei que a luta estava bem perto de acabar. Porém o desafiante soube se mantar calmo, trocou sua base para canhoto e conseguiu se manter na luta. Dessa forma o campeão venceu o primeiro round por 10 x 9.
No segundo assalto o campeão se movimentou bastante enquanto o desafiante foi para cima e conseguiu uma queda que garantiu o round para o Cejudo.
No round seguinte mighty mouse foi mais técnico e acertou mais golpes que seu adversário, além de ter frustrado várias tentativas de queda e por isso, ao meu ver, ganhou o  terceiro round. 
O quarto round foi muito parecido com o segundo, com Henry indo para cima, acertando alguns golpes de raspão e conseguindo uma queda que apesar de não ter significado um ground and pound forte ou tentativas de submissão, garantiram mais um round para o campeão olímpico.

A maioria das pessoas tinha em mente que o quinto round definiria o vencedor da luta. Enquanto Matt Hume no corner vermelho dava instruções técnicas para o campeão, no córner azul Eric Albarracin motivava Henry para que ele desse tudo de si. No quinto round Cejudo manteve a estratégia de toda a luta e acertou muitos golpes no campeão, nenhum pegou em cheio, porém foram o bastante para que ele ganhasse o round, a luta e se tornasse o novo campeão mundial dos pesos mosca. O resultado oficial foi uma vitória por decisão dividida (48-47, 47-48, 48-47).

TJ Dillashaw x Cody Garbrandt 2

Essa era a luta que eu estava mais ansioso para ver. É sempre muito bom ver uma rivalidade dessas, ainda mais quando os dois lutadores estão num nível tão alto. Depois de machucar as costas, ser nocauteado por TJ Dillashaw e perder seu título, Cody veio para esta revanche dizendo ter se preparado melhor e se sentir mais focado. Do outro lado, o campeão recém coroado passou a provocar o rival bem mais que na primeira luta.
TJ depois de nocautear Cody na primeira luta, no UFC 217.
                                    

A luta

Cody logo no início da luta mandou um chute alto, mostrando ter feito ajustes. TJ como sempre se movimentou bem e fez diversas fintas. Ainda nos primeiros minutos o desafiante acertou alguns bons socos no campeão, e após TJ escorregar depois de dar um chute Cody foi para cima de maneira descuidada. O ex campeão cometeu o mesmo erro da primeira luta enquanto dava seu característico gancho de direita. Por três vezes seguidas Cody socou com a mão direita e deixou seu braço esquerdo baixo, tomando o contragolpe nas três vezes, até ir pro chão. Depois disso TJ apenas manteve a pressão acertando golpes potentes até o árbitro Herb Dean parar a luta, faltando 50 segundos para o fim do primeiro round.
Photo by: MMA Fighting


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Vitor Belfort x Lyoto Machida - O que significa?

Fala galera que tem Fome de MMA, pouco tempo atrás a luta entre as duas lendas brasileiras Lyoto Machida e Vitor Belfort foi confirmada. Logo após a confirmação o mundo do MMA veio a loucura. Alguns dizem não fazer sentido dois heróis nacionais do esporte se enfrentarem nessa fase final de carreira, outros acham interessante o combate dos dois no Rio de Janeiro, ainda mais pelo fato de se tratar da última luta da carreira de Belfort.


Retrospecto

. Belfort

Nas últimas cinco lutas de Vitor, ele venceu duas, perdeu duas e teve uma luta sem resultado contra Kelvin Gastelum. O desempenho dele em todas essas lutas, com exceção de sua vitória por nocaute contra Dan Henderson em 2015, foi muito abaixo do esperado. Nas duas lutas seguintes, contra Ronaldo Jacaré e Gegard Mousassi ele foi nocauteado de maneira simples, sequer havendo competitividade nessas lutas. Posteriormente foi nocauteado mais uma vez no primeiro round, dessa vez em pleno solo nacional para Kelvin Gastelum, que depois foi pego no anti-doping, mudando o resultado da luta para no contest. Em sua última luta venceu o ex-campeão do strikeforce e ex desafiante do título do UFC Nate Marquardt por decisão unânime no Brasil.

. Machida

Lyoto tem um retrospecto semelhante. Em suas últimas cinco lutas, venceu duas e perdeu três, porém, diferente de Vitor, ficou fora dos octógonos por mais de dois anos por ter sido pego no anti-doping. Após vencer CB Dollaway no final do 2014, o paraense sofreu três derrotas seguidas, para Luke Rockhold, Yoel Romero e Derek Brunson. No último dia 3 ele venceu o ex-campeão do Legacy Eryk Anders por decisão dividida numa luta polêmica em frente aos seus conterrâneos do Pará.

O que significa?

Apesar de dos dois já estarem em seus quarenta anos e bem longe do auge de suas carreiras, se tratam de lendas do esporte que possuem legiões de fãs em todo o mundo, principalmente no Brasil e também se trata da última luta da carreira de Vitor Belfort, que é um dos melhores de todos os tempos. Além disso, estilisticamente é uma luta interessante de se ver, pois ambos são strikers, canhotos e com estilos de luta que combinam bem. Enquanto Belfort tem o hábito de atacar, Lyoto costuma ser um contra-golpeador.

 

Favoritismo

 Não há um favorito claro, pois como eu já disse, os dois estão em fim de carreira, mas baseado no que eu vi em suas últimas lutas e nas próprias características mostradas em suas respectivas carreiras, eu diria que o favorito é Lyoto Machida. O carateca mostrou em sua última luta ter condições de lutar contra um adversário de bom nível por 5 rounds, além de ser capaz de superar adversidades. Belfort historicamente tem problemas com condicionamento mesmo em lutas de três rounds e após a proibição do uso de TRT suas principais armas foram prejudicadas: sua explosão e seu poder de nocaute. Também é importante lembrar que Lyoto está acostumado a lutar contra adversários agressivos, inclusive suas maiores vitórias são sobre lutadores com esse perfil, já Belfort enfrentou muitas dificuldades ao lutar contra adversários que buscam o contra-ataque. 

domingo, 1 de outubro de 2017

Vale tudo de 1984 - Jiu Jitsu vs Martial Arts

Fala galera que tem Fome de MMA, depois de muito tempo sem postar eu voltei e hoje vou escrever sobre um dos eventos mais importantes do vale tudo brasileiro dos anos 80, o famoso desafio de 1984, entre os guerreiros do jiu jitsu e os lutadores de muay thai que mais tarde se tornariam representantes da luta livre.


O início 

Nos anos 80, o jiu jitsu vivia um de seus melhores momentos. As equipes de Carlson Gracie e da Gracie Humaitá eram rivais nos campeonatos que estavam ficando cada vez mais populares, Rolls Gracie se destacava como o número 1 da família não só no jiu jitsu como também em outras lutas, e Rickson dava seus primeiros passos para se tornar um fenômeno após a vitória sobre o Rei Zulu. Até então o jiu não tinha nenhum rival que batesse de frente com seus campeões, mas isso iria mudar...
No carnaval de 1982, Charles Gracie, irmão de Renzo, brigou com Mário Dumar, lutador de muay thai e cunhado de Flávio Molina. Na briga o Gracie colocou Mário pra dormir, mas a intriga estava longe de acabar. Pouco tempo depois Mário estava na calcada de sua casa conversando com seu primo Royce quando levou um soco de Mário e foi à nocaute. Naquela noite Charles ligou para Rolls e um grupo entre 20 e 30 lutadores invadiram a academia Naja, de Flávio Molina.


A invasão da Academia Naja

No momento da invasão Molina dava aula para crianças, e haviam apenas cinco adultos na academia. Rolls disse a Flávio o que tinha acontecido e falou que ia arrebentar o Mário. Após os pais dos alunos saírem, a porrada começou.
Rolls rapidamente derrubou e pegou as costas de Mário, que enfiou os dedos nos olhos do Gracie. Depois vários alunos agrediram Mário e tentaram jogá-lo pela janela da academia, que ficava no terceiro andar. Enquanto isso, Flávio Molina jogava pesos anilha nos agressores. Nesse momento uma viatura da PM apareceu pela rua e isso fez com que os lutadores fugissem. Depois disso Molina e os outros perseguiram um gordinho do jiu jitsu que ficou para trás e deram uma surra nele.

                                         Foto: Acervo Pessoal

O desafio

Anos depois da invasão, Molina e seus alunos ainda estavam amargurados com o que havia acontecido e lançaram um desafio à comunidade do jiu jitsu. A família Gracie preferiu mandar apenas alunos para os combates e após alguns mal entendimentos as lutas casadas foram: Eugênio Tadeu(muay thai) x Renan Pitanguy(jiu jitsu), Marco Ruas(muay thai) x Fernando Pinduka(jiu jitsu) e Flávio Molina(muay thai) x Marcelo Behring(jiu jitsu).

Tadeu x Pitanguy

Muitos representantes do jiu jitsu como Silvio Behring, irmão de Marcelo, questionavam a participação de Renan Pitanguy, porque o mesmo não tinha experiência em brigas de rua, embora fosse muito bom lutando com kimono. Ao mesmo tempo ninguém sabia quem era o Eugênio, que tinha apenas 19 anos e era visto como azarão. Renan entrou de kimono para lutar e o Eugênio simplesmente acabou com ele. O aluno de Molina se movimentava bastante impedindo as entradas de queda de Pitangui, e quando parava de se mexer agarrava o kimono do adversário e mandava fortes socos e joelhadas no rosto e na cabeça do jiu jiteiro. Após vários minutos levando socos, Renan ainda tirou o kimono, mas não adiantou, foi derrotado por nocaute técnico.
                                         Foto: Ricardo Azoury
                                      

Ruas x Pinduka

O pinduka era um faixa preta do Carlson Gracie muito conhecido por ser grande, forte e um brigador de rua. Seu nome foi inquestionável na seleção feita pelo jiu e todos acreditavam que ele venceria seu oponente. Do outro lado, Marco Ruas era ajudado por algumas pessoas que não gostavam da família Gracie, mas no dia do confronto quase ninguém que o ajudou quis ir para seu córner. Diferentemente dos seus companheiros, Ruas conhecia lutas de solo e era muito bom em pé, e por causa disso quando a luta começou ele acertou bons golpes no rosto de pinduka mas foi derrubado em todos os rounds. Quando chegava no solo, pinduka não conseguia finalizar o combate, depois de um tempo o estresse foi tão grande que pinduka mordeu o pulso de Marco, que enfiou os dedos nos olhos do adversário como resposta. O árbitro, Hélio Vígio chamou ignorou as mordidas e reclamou com Ruas. Marco disse que a partir desse momento todos ao redor do ringue, inclusive o próprio árbitro começaram a dar instruções à pinduka. Apesar de tudo isso, a luta acabou empatada.

                                          Foto: Acervo Pessoal

Molina x Behring

Flávio Molina se machucou antes da luta. Rompeu o ligamento cruzado do joelho e teve comprometimento de menisco. Seu médico disse para ele não lutar, mas mesmo assim ele subiu no ringue para encarar um dos alunos mais perigosos de Rickson Gracie. No início da luta Molina se esquivou das tentativas de queda de Marcelo e acertou alguns chutes baixos, mas logo o jiu jiteiro encurtou a distância e conseguiu o clinch. Molina se agarrava nas cordas e o árbitro Hélio Vígio arrancou as mãos dele das cordas, o que ajudou Marcelo Behring a colocar a luta no chão. Marcelo montou rapidamente e começou a bater com muita força em Molina, que não sabia como se defender. Os córners de Molina jogaram a toalha mas Hélio pegou a toalha, enxugou o suor do rosto e a jgou de volta pra fora do ringue. Segundo Eugênio Tadeu a intenção era machucar o máximo o rosto do Molina para que ele não pudesse trabalhar, pois ele era modelo na época. Foi preciso que Marcelo Mendes, que estava no córner de Molina invadisse o ringue e parasse a luta. Após isso um tumulto aconteceu e o primeiro confronto entre jiu jitsu x muay thai/luta livre havia acabado, mas a rivalidade entre as modalidades estava apenas começando...


 


Fontes: Portal do Vale Tudo, YouTube.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Como se manter no topo com a idade?

Fala galera que tem Fome de MMA, na minha última postagem eu falei sobre como a idade afeta os lutadores. A postagem de hoje vai ser sobre como lidar com isso e se manter no topo, até porque caras como Dan Henderson e Randy Couture já provaram que isso é possível.

Treinar com inteligência

No início dos anos 2000, se acreditava que a chave para o sucesso era sair na porrada durante os treinos. A chute boxe era famosa pelas suas violentas sessões de sparring, que muitas vezes eram mais violentas que as próprias lutas. Treinar assim não é nem um pouco saudável para o atleta e só irá causar lesões, que foi o que aconteceu com os principais representantes da academia. Se você treina com inteligência, sem machucar seriamente o seu corpo e dando prioridade a técnica você terá uma carreira mais longa e uma vida mais saudável.

Hábitos saudáveis

O tempo em que se treinava pouco e lutava praticamente nas condições em que se encontrava já passou. As últimas mudanças de título no UFC mostram que tudo faz diferença quando se está no nível mais alto. Então se o desejo de um atleta é envelhecer lutando bem é preciso que se tenha bons hábitos. Dormir bem, não sair muito da dieta e não consumir drogas em excesso vai fazer a diferença com o passar dos anos.

Se reinventar 

A prior coisa que pode acontecer na carreira de um lutador é ele estagnar. Os maiores de todos os tempos são pessoas que não se contentaram em ser bons em uma ou outra arte, e sim em várias. O Anderson Silva, apesar de ser um striker, treinou bastante sua guarda para evitar ser finalizado e não se ferir com ground and pound. Além disso ele competiu profissionalmente no muay thai e no boxe, o que fez com que ele se tornasse num trocador completo. Por isso ele é o melhor de todos os tempos.

Não brigue, lute

O propósito da luta é atingir e não ser atingido. Um lutador como o Diego Sanchez é muito divertido de se assistir e com certeza ele é o responsável por muitas vendas de pay per view, mas o seu estilo de luta tem como principal vítima ele mesmo. Se não faz sentido destruir seu corpo no treino, na luta também não faz sentido. Procure atingir e não ser atingido, assim quando chegar aos seus 40 lutará melhor que muitos.

Genética

Genética é com certeza o fator mais importante. Quando você vê um atleta como o Dan Henderson, que levou vários kcnockdowns ao longo de sua carreira pendurar as luvas aos 46 anos lutando bem, é sem dúvida algo impressionante. A verdade é que o Dan foi abençoado com mãos pesadíssimas e um queixo de aço, e isso não se pode treinar, você já nasce com isso.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Idade no MMA

Fala Galera que tem Fome de MMA, na primeira postagem de 2017, venho falar de um assunto muito interessante e que poucas pessoas se perguntam: como a idade afeta um atleta de MMA?
Recentemente vi muitos comentários idiotas a respeito das performances de BJ Penn, Tito Ortiz e Chael Sonnen, e por isso resolvi listar alguns dos motivos pelos quais os lutadores geralmente ficam mais fáceis de derrotar com a idade.

Queixo

Uma das primeiras coisas que acontecem com os atletas é que seus queixos ficam muito mais fracos, principalmente se eles têm um estilo de luta que faz com que eles apanhem muito ao longo dos anos. O primeiro exemplo que me vêm à cabeça quando penso nisso é o Wanderlei Silva. No seu auge ele possuía uma recuperação incrível, tanto é que ele levou vários knockdowns nas suas lutas no Pride mas conseguiu sair vencedor da maioria delas, já no UFC, ele manteve seu estilo agressivo e como seu queixo já não era o mesmo, foi nocauteado várias vezes.


Velocidade

Um dos principais fatores para a queda na carreira de muitos atletas é a perda de velocidade natural após os 35 anos. Lutadores como Vitor Belfort e Anderson Silva, que sempre dependeram muito da velocidade de suas mãos e pés, respectivamente, hoje passam por dificuldades maiores em suas lutas pois não só estão mais lentos, como também enfrentam adversários mais jovens.

                                      Photo by: Getty Images

Força

Com a diminuição natural das taxas de testosterona ao longo dos anos, o lutador perde muita massa muscular e consequentemente, força, que é necessária não só para trocar golpes em pé como também para estabilizar posições no solo. Anos atrás muitos lutadores como o Dan Henderson e o Vitor Belfort usavam a Terapia de Reposição de Testosterona para resolver o problema, mas agora é ilegal. Por esse motivo, se compararmos o corpo do Vitor na sua luta contra o Luke Rockhold e sua luta contra o Gegard Mousassi é possível ver a diferença que o TRT fazia em seu corpo.


Lesões

Conforme a idade chega, as lesões passam a ser mais recorrentes e a demorar cada vez mais a sararem. O Rodrigo Minotauro fez diversas cirurgias ao longo de sua carreira, tendo problemas sérios nos joelhos e nos quadris. Mirko cro cop teve lesões no olho e no joelho nas suas lutas contra o Júnior Cigano e contra o Gabriel Napão. As lesões são as maiores inimigas de qualquer atleta.



Condicionamento

É uma coisa lógica, quanto mais velho você fica, mais rápido você vai cansar. Não importa o quanto se treine duro, dificilmente um atleta de 40 anos terá o mesmo condicionamento físico de um de 20. E é possível ver isso no Tito Ortiz, por exemplo. No início da sua carreira ele era conhecido por ter um um gás sem fim, porém na sua decadência se cansava rapidamente, apesar de manter seu regime de treinos.


Respeito

O que me deixa surpreso nos comentários que vejo na internet de "fãs" é o total desrespeito deles por lendas do esporte. Não importa se o BJ Penn hoje está decadente, ele escreveu seu nome na história do esporte vencendo nomes como Matt Hughes, Jens Pulver e Sean Sherk. Não importa se o Tito se aposentou decadente, ele venceu de Evan Tanner, Vitor Belfort e Wanderlei Silva. Esses nomes são imortais, e eles merecem o nosso respeito, pois eles ajudaram bastante a colocar o nosso tão amado esporte no lugar em que está hoje. 


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Quem foi Urijah Faber?

Fala galera que tem Fome de MMA, depois de mais de dois meses sem postar, venho hoje fazer um post especial, pois ontem um dos meus lutadores favoritos se aposentou. Para os que só conhecem o Faber como o peso galo que nunca conseguiu ser campeão do UFC, essa postagem vai abrir sua mente sobre esse pioneiro do esporte nas categorias de pesos mais leves.



Início da vida e nas artes marciais

Faber nasceu no dia 14 de maio de 1979 em Isla Vista, Califórnia e desde sempre mostrou seu talento para esportes. Quando criança praticou vários esportes como por exemplo futebol americano, porém foi no wrestling que ele se destacou, tornando-se um wrestler da primeira divisão da NCAA nos anos de 2001 e 2002.

MMA- GC e King of The Cage

Após se formar na em desenvolvimento humano, Faber iniciou sua carreira no MMA em 2003, no evento Gladiator Challenge, derrotando Jay Valencia por finalização(guilhotina) aos 1:22s de luta. Na sua luta seguinte venceu George Adkins por nocaute técnico no segundo round e se credenciou para disputar o título dos galos do GC.

Primeiros Títulos Mundiais

Com apenas três lutas profissionais, Urijah se tornou campeão mundial do Gladiator Challenge após vencer o então campeão David Velasquez por decisão unânime. Após isso ele defendeu seu título vencendo Del Hawkins por nocaute técnico aos 3:19 ainda no primeiro round. Depois dessa luta, Faber passou a lutar tanto no GC quanto no King of the Cage, que eram organizações parceiras.

Depois de pouco mais de um mês da sua vitória sobre Hawkins, Faber subiria no octógono mais uma vez para vencer Rami Boukai por decisão majoritária em sua estreia do KOTC. Apenas dois meses depois, lutou pelo título vago dos galos e venceu Eben Kaneshiro por submissão(socos). Dessa forma, Urijah se tornou campeão mundial os pesos galos em duas organizações diferentes.
Faber retornaria ao GC em março de 2005 e derrotaria David Granados com um mata leão ainda no primeiro round, e em maio do mesmo ano defenderia seu título do King of The Cage pela primeira vez, vencendo Hiroyouki Abe por nocaute técnico no terceiro round.
Ao voltar para o Gladiator Challenge no dia 10 de setembro de 2005, Faber foi derrotado pela primeira vez na sua carreira, por nocaute técnico aos 5 segundos do terceiro round, para o futuro lutador do UFC, Tyson Griffin, assim ele perdeu seu título.
Ele ainda defenderia seu título no KOTC duas vezes, e faria sua estréia nos penas contra Ivan Menjivar, luta que venceu por desqualificação, antes de assinar com o WEC.

WEC e fama mundial

A primeira luta de Faber no WEC já foi pelo título dos penas, ele venceu Cole Escovedo no dia 17 de março de 2006 e se tornou campeão peso pena na maior organização para pesos mais leves do mundo.
 A partir daí, Urijah passou a lutar com frequência no WEC, GC e KOTC. Após defender seu título do KOTC vencendo Charlie Valencia, Fbaer retomaria seu título dos Galos do GC vencendo Naoya Uematsu por nocaute técnico, dessa forma, Urijah Faber fazia história ao se tornar campeão em duas categorias diferentes e em três organizações ao mesmo tempo.
Após vencer Bibiano Fernandes, Urijah deixaria os títulos do KOTC e GC vagos pois a ZUFFA avia comprado o WEC.
É nesse momento que a fama de de Faber se multiplica. Ele representa não só a si mesmo, mas a Califórnia, recebendo o apelido de "Califórnia Kid", e se torna o garoto propaganda do WEC. Essa enorme popularidade somada ao seu talento dentro do octógono deu um reconhecimento enorme às categorias menores de peso, que agora tinham uma estrela que as representava.
O garoto Califórnia defenderia seu título cinco vezes, o recorde do evento, e entre suas vitórias estão nomes como Jens Pulver e Domminick Cruz. O mais impressionante dessa sequência foi que apenas uma de suas vitórias foi por decisão.

Perda do cinturão e volta para os galos

Urijah perdeu seu título no dia 5 de novembro de 2008, contra Mike Brown. A luta estava acirrada, mas ao tentar dar uma cotovelada, Faber foi surpreendido com um soco que o nocauteou, ainda no primeiro round, dando fim a sua sequência de vitórias.
Tentando uma nova chance pelo título, Urijah aceitou uma revanche contra Jens Pulver, e sua performance foi simplesmente impecável. Ainda no primeiro round ele conectou um ótimo golpe no corpo e depois encaixou sua famosa guilhotina, vencendo em apenas 1 minuto e 34 segundos, ganhando o prêmio de finalização da noite. O próximo passo era uma revanche com Brown.
Ainda no primeiro round, Faber quebrou sua mão direita dando um overhand na cabeça do seu oponente, e no terceiro round deslocou seu dedão esquerdo com um golpe no corpo que atingiu o cotovelo do seu adversário. Dessa forma, O Cali Kid mostrou seu enorme coração e lutou os cinco rounds, e numa decisão polêmica saiu perdedor.


Ainda determinado a conquistar seu título de novo, Urijah enfrentou o perigoso brasileiro Raphael Assunção e numa performance incrível levou seu adversário à kcnockdwon duas vezes antes de finalizá-lo com um mata leão no terceiro round. Agora ele lutaria pelo título com outro perigoso brasileiro, José Aldo, que havia nocauteado Brown e se tornado campeão.
A luta foi em Sacramento, e todos a platéia estava usando camisetas com a frase: "no way José" escrita nelas, mas Aldo, que entrou ao som de "Run This Town Tonight" dominou o americano e expôs uma enorme falha em seu jogo em pé: defesa contra chutes nas pernas. José deu tantos chutes que a coxa esquerda de Urijah dobrou de tamanho, e mais uma vez, Faber mostrou seu coração de campeão por lutar os cinco rounds. A partir daí, Faber mudou-se para os galos.


Peso Galo e mudança para o UFC

A primeira luta de Faber na sua volta para os galos foi contra Takeya Mizugaki, no WEC 52, na qual ele botou o japonês para dormir com um mata leão faltando dez segundos para o fim do primeiro round. Nesse momento, o UFC comprou o WEC e os lutadores do foram transferidos de organização, e obviamente Urijah estava entre eles.
A estréia de Faber no octógono mais famoso do mundo foi contra o ex-campeão do WEC, Eddie Wineland, em março de 2011 no UFC 128. Faber dominou tranquilamente a luta e usou bastante seu wrestling para anular os fortes golpes de Eddie. Ao final de três rounds, ele foi declarado vencedor por decisão unânime. A vitória credenciou Faber para lutar pelo título, que pertencia ao seu maior rival, Dominick Cruz, que já havia sido derrotado por Faber ainda no WEC.
Sendo Faber o único a derrotar Dominick, e sendo Cruz vitorioso sobre outros atletas da Team Alpha Male, como Joseph Benavidez, a rivalidade entre eles estava muito grande, e quando a luta finalmente aconteceu, nenhum dos dois estava disposto a perder.
Após uma luta dura, Cruz saiu vencedor por decisão unânime. Faber derrubou o campeão três vezes e conseguiu acertar Cruz várias vezes no clinch.

Nova corrida pelo título

Após a luta com Cruz, seu novo adversário seria mais um ex-campeão do WEC, Brian Bowles. Numa performance impressionante, Faber atordoou seu oponente com um uppercut e o finalizou com uma guilhotina no segundo round, se credenciando para uma terceira luta com Cruz, que vencera o futuro campeão dos moscas, Demetrious Johnson.
Os dois então se tornaram técnicos da primeira e única edição ao vivo do The Ultimate Fighter, e lá trocaram muitas ofensas. A luta prometia ser tão boa quanto a segunda, mas infelizmente Cruz teve sérias lesões em seus joelhos, que o afastariam do octógono por anos.
O substituto foi Renan Barão, brasileiro da Nova União que vinha numa sequência enorme de vitórias. Apesar do favoritismo, Faber foi incapaz de responder à altura os golpes de muay thai de Barão, que quebrou a costela do garoto Califórnia ainda no primeiro round com a joelhada. Faber perdeu por decisão unânime e só voltaria a lutar em fevereiro de 2013.

O ano de 2013 foi fenomenal para Faber, que fez quatro lutas e venceu as quatro, sendo três delas por finalização, contra Ivan Menjivar, Scott Jorgensen, Iuri Marajó e Michael McDonald. E após a chegada de Duane Ludwing como treinador de strikying na Team Alpha Male, a trocação de Faber evoluiu bastante. Uma nova luta com Barão aconteceria.
Na revanche com Barão, Faber começou bem, mas foi atordoado por socos de Barão e a luta foi interrompida erroneamente ainda no primeiro round.
                                         Foto: Joe Camporeale/ USA TODAY Sports

É seguro dizer que a partir dessa derrota o lutador nunca mais foi o mesmo. Ele venceu ainda os pouco conhecidos Alex Carceres e Francisco Rivera na sua categoria e perderia para Frankie Edgar nos penas, numa superluta em Manila.

Novo TUF e nova chance pelo título

Faber foi escalado para ser treinador do TUF mais uma vez, porém dessa vez ele não enfrentaria o treinador adversário, Conor McGregor. Os dois treinadores trocaram muitas provocações no programa, e na final Ryan Hall, do time de Faber, venceu o colega de treinos de McGregor, Artem Lobov.
                                          Foto: Getty Images

No dia 12 de dezembro de 2015, Urijah venceu Frankie Saenz por decisão unânime e se credenciou para enfrentar o vencedor de seu antigo rival Dominick Cruz e seu ex colega de treino TJ Dillashaw.
Cruz venceu e os dois antigos rivais se enfrentaram pela terceira e última vez no UFC 199. Diferente das outras lutas Cruz venceu facilmente Urijah Faber por decisão unânime e manteve seu título.

Últimas lutas e aposentadoria

Depois da derrota para Cruz, Faber enfrentou o jovem prospecto Jimie Rivera, que vinha de 18 vitórias seguidas e foi novamente derrotado por decisão unânime. Rivera expôs a falha do jogo de Faber que Aldo havia mostrado seis anos antes: defesa de chutes baixos. Os chutes de Rivera foram potentes, inclusiva desequilibrando o californiano algumas vezes.
Faber anunciou que a última luta de sua carreira seria no dia 17 de dezembro de 2016, em Sacramento, Califórnia, palco que lhe tornou famoso no mundo do MMA, e seu adversário seria o experiente inglês Brad "One punch" Picket.
Em sua última luta Faber teve um desempenho fantástico, dando um kcnockdown no seu adversário no primeiro round e quase parando a luta. Após isso saiu vencedor por decisão unânime e encerrou sua carreira sendo ovacionado pelos seus fãs.

Agradecimento

Os fãs mais jovens devem ver o Urijah como um cara que simplesmente não conseguiu ser campeão do UFC, mas ele é bem mais que isso. No início dos anos 2000, não se pensava em categorias leves no MMA, e o próprio UFC não tinha nenhuma divisão abaixo de 70 kg. Para que astros do esporte como José Aldo, Dominick Cruz, Demetrious Johnson e Conor McGregor surgissem foi necessário a chegada de alguém que não só soubesse lutar mas que também tivesse o carisma para mostrar ao mundo que os mais leves poderiam ser tão empolgantes quanto os mais pesados, e o Faber foi esse cara. Além disso, ele ainda fundou em 2004 a Team Alpha Male, uma academia que formou e forma diversas estrelas do esporte como Chad Mendes, Joseph Benavidez, Paige Vanzant TJ Dillashaw e muitos outros, exemplo disso é que o mais novo prospecto da academia, Cody Garbrandt vai enfrentar Dominick Cruz pelo título no próximo dia 29. Eu realmente me sinto agradecido pela contribuição do Urijah e espero que essa postagem sirva para que as pessoas entendam melhor quem de fato é o garoto Califórnia.