quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Quem foi Urijah Faber?

Fala galera que tem Fome de MMA, depois de mais de dois meses sem postar, venho hoje fazer um post especial, pois ontem um dos meus lutadores favoritos se aposentou. Para os que só conhecem o Faber como o peso galo que nunca conseguiu ser campeão do UFC, essa postagem vai abrir sua mente sobre esse pioneiro do esporte nas categorias de pesos mais leves.



Início da vida e nas artes marciais

Faber nasceu no dia 14 de maio de 1979 em Isla Vista, Califórnia e desde sempre mostrou seu talento para esportes. Quando criança praticou vários esportes como por exemplo futebol americano, porém foi no wrestling que ele se destacou, tornando-se um wrestler da primeira divisão da NCAA nos anos de 2001 e 2002.

MMA- GC e King of The Cage

Após se formar na em desenvolvimento humano, Faber iniciou sua carreira no MMA em 2003, no evento Gladiator Challenge, derrotando Jay Valencia por finalização(guilhotina) aos 1:22s de luta. Na sua luta seguinte venceu George Adkins por nocaute técnico no segundo round e se credenciou para disputar o título dos galos do GC.

Primeiros Títulos Mundiais

Com apenas três lutas profissionais, Urijah se tornou campeão mundial do Gladiator Challenge após vencer o então campeão David Velasquez por decisão unânime. Após isso ele defendeu seu título vencendo Del Hawkins por nocaute técnico aos 3:19 ainda no primeiro round. Depois dessa luta, Faber passou a lutar tanto no GC quanto no King of the Cage, que eram organizações parceiras.

Depois de pouco mais de um mês da sua vitória sobre Hawkins, Faber subiria no octógono mais uma vez para vencer Rami Boukai por decisão majoritária em sua estreia do KOTC. Apenas dois meses depois, lutou pelo título vago dos galos e venceu Eben Kaneshiro por submissão(socos). Dessa forma, Urijah se tornou campeão mundial os pesos galos em duas organizações diferentes.
Faber retornaria ao GC em março de 2005 e derrotaria David Granados com um mata leão ainda no primeiro round, e em maio do mesmo ano defenderia seu título do King of The Cage pela primeira vez, vencendo Hiroyouki Abe por nocaute técnico no terceiro round.
Ao voltar para o Gladiator Challenge no dia 10 de setembro de 2005, Faber foi derrotado pela primeira vez na sua carreira, por nocaute técnico aos 5 segundos do terceiro round, para o futuro lutador do UFC, Tyson Griffin, assim ele perdeu seu título.
Ele ainda defenderia seu título no KOTC duas vezes, e faria sua estréia nos penas contra Ivan Menjivar, luta que venceu por desqualificação, antes de assinar com o WEC.

WEC e fama mundial

A primeira luta de Faber no WEC já foi pelo título dos penas, ele venceu Cole Escovedo no dia 17 de março de 2006 e se tornou campeão peso pena na maior organização para pesos mais leves do mundo.
 A partir daí, Urijah passou a lutar com frequência no WEC, GC e KOTC. Após defender seu título do KOTC vencendo Charlie Valencia, Fbaer retomaria seu título dos Galos do GC vencendo Naoya Uematsu por nocaute técnico, dessa forma, Urijah Faber fazia história ao se tornar campeão em duas categorias diferentes e em três organizações ao mesmo tempo.
Após vencer Bibiano Fernandes, Urijah deixaria os títulos do KOTC e GC vagos pois a ZUFFA avia comprado o WEC.
É nesse momento que a fama de de Faber se multiplica. Ele representa não só a si mesmo, mas a Califórnia, recebendo o apelido de "Califórnia Kid", e se torna o garoto propaganda do WEC. Essa enorme popularidade somada ao seu talento dentro do octógono deu um reconhecimento enorme às categorias menores de peso, que agora tinham uma estrela que as representava.
O garoto Califórnia defenderia seu título cinco vezes, o recorde do evento, e entre suas vitórias estão nomes como Jens Pulver e Domminick Cruz. O mais impressionante dessa sequência foi que apenas uma de suas vitórias foi por decisão.

Perda do cinturão e volta para os galos

Urijah perdeu seu título no dia 5 de novembro de 2008, contra Mike Brown. A luta estava acirrada, mas ao tentar dar uma cotovelada, Faber foi surpreendido com um soco que o nocauteou, ainda no primeiro round, dando fim a sua sequência de vitórias.
Tentando uma nova chance pelo título, Urijah aceitou uma revanche contra Jens Pulver, e sua performance foi simplesmente impecável. Ainda no primeiro round ele conectou um ótimo golpe no corpo e depois encaixou sua famosa guilhotina, vencendo em apenas 1 minuto e 34 segundos, ganhando o prêmio de finalização da noite. O próximo passo era uma revanche com Brown.
Ainda no primeiro round, Faber quebrou sua mão direita dando um overhand na cabeça do seu oponente, e no terceiro round deslocou seu dedão esquerdo com um golpe no corpo que atingiu o cotovelo do seu adversário. Dessa forma, O Cali Kid mostrou seu enorme coração e lutou os cinco rounds, e numa decisão polêmica saiu perdedor.


Ainda determinado a conquistar seu título de novo, Urijah enfrentou o perigoso brasileiro Raphael Assunção e numa performance incrível levou seu adversário à kcnockdwon duas vezes antes de finalizá-lo com um mata leão no terceiro round. Agora ele lutaria pelo título com outro perigoso brasileiro, José Aldo, que havia nocauteado Brown e se tornado campeão.
A luta foi em Sacramento, e todos a platéia estava usando camisetas com a frase: "no way José" escrita nelas, mas Aldo, que entrou ao som de "Run This Town Tonight" dominou o americano e expôs uma enorme falha em seu jogo em pé: defesa contra chutes nas pernas. José deu tantos chutes que a coxa esquerda de Urijah dobrou de tamanho, e mais uma vez, Faber mostrou seu coração de campeão por lutar os cinco rounds. A partir daí, Faber mudou-se para os galos.


Peso Galo e mudança para o UFC

A primeira luta de Faber na sua volta para os galos foi contra Takeya Mizugaki, no WEC 52, na qual ele botou o japonês para dormir com um mata leão faltando dez segundos para o fim do primeiro round. Nesse momento, o UFC comprou o WEC e os lutadores do foram transferidos de organização, e obviamente Urijah estava entre eles.
A estréia de Faber no octógono mais famoso do mundo foi contra o ex-campeão do WEC, Eddie Wineland, em março de 2011 no UFC 128. Faber dominou tranquilamente a luta e usou bastante seu wrestling para anular os fortes golpes de Eddie. Ao final de três rounds, ele foi declarado vencedor por decisão unânime. A vitória credenciou Faber para lutar pelo título, que pertencia ao seu maior rival, Dominick Cruz, que já havia sido derrotado por Faber ainda no WEC.
Sendo Faber o único a derrotar Dominick, e sendo Cruz vitorioso sobre outros atletas da Team Alpha Male, como Joseph Benavidez, a rivalidade entre eles estava muito grande, e quando a luta finalmente aconteceu, nenhum dos dois estava disposto a perder.
Após uma luta dura, Cruz saiu vencedor por decisão unânime. Faber derrubou o campeão três vezes e conseguiu acertar Cruz várias vezes no clinch.

Nova corrida pelo título

Após a luta com Cruz, seu novo adversário seria mais um ex-campeão do WEC, Brian Bowles. Numa performance impressionante, Faber atordoou seu oponente com um uppercut e o finalizou com uma guilhotina no segundo round, se credenciando para uma terceira luta com Cruz, que vencera o futuro campeão dos moscas, Demetrious Johnson.
Os dois então se tornaram técnicos da primeira e única edição ao vivo do The Ultimate Fighter, e lá trocaram muitas ofensas. A luta prometia ser tão boa quanto a segunda, mas infelizmente Cruz teve sérias lesões em seus joelhos, que o afastariam do octógono por anos.
O substituto foi Renan Barão, brasileiro da Nova União que vinha numa sequência enorme de vitórias. Apesar do favoritismo, Faber foi incapaz de responder à altura os golpes de muay thai de Barão, que quebrou a costela do garoto Califórnia ainda no primeiro round com a joelhada. Faber perdeu por decisão unânime e só voltaria a lutar em fevereiro de 2013.

O ano de 2013 foi fenomenal para Faber, que fez quatro lutas e venceu as quatro, sendo três delas por finalização, contra Ivan Menjivar, Scott Jorgensen, Iuri Marajó e Michael McDonald. E após a chegada de Duane Ludwing como treinador de strikying na Team Alpha Male, a trocação de Faber evoluiu bastante. Uma nova luta com Barão aconteceria.
Na revanche com Barão, Faber começou bem, mas foi atordoado por socos de Barão e a luta foi interrompida erroneamente ainda no primeiro round.
                                         Foto: Joe Camporeale/ USA TODAY Sports

É seguro dizer que a partir dessa derrota o lutador nunca mais foi o mesmo. Ele venceu ainda os pouco conhecidos Alex Carceres e Francisco Rivera na sua categoria e perderia para Frankie Edgar nos penas, numa superluta em Manila.

Novo TUF e nova chance pelo título

Faber foi escalado para ser treinador do TUF mais uma vez, porém dessa vez ele não enfrentaria o treinador adversário, Conor McGregor. Os dois treinadores trocaram muitas provocações no programa, e na final Ryan Hall, do time de Faber, venceu o colega de treinos de McGregor, Artem Lobov.
                                          Foto: Getty Images

No dia 12 de dezembro de 2015, Urijah venceu Frankie Saenz por decisão unânime e se credenciou para enfrentar o vencedor de seu antigo rival Dominick Cruz e seu ex colega de treino TJ Dillashaw.
Cruz venceu e os dois antigos rivais se enfrentaram pela terceira e última vez no UFC 199. Diferente das outras lutas Cruz venceu facilmente Urijah Faber por decisão unânime e manteve seu título.

Últimas lutas e aposentadoria

Depois da derrota para Cruz, Faber enfrentou o jovem prospecto Jimie Rivera, que vinha de 18 vitórias seguidas e foi novamente derrotado por decisão unânime. Rivera expôs a falha do jogo de Faber que Aldo havia mostrado seis anos antes: defesa de chutes baixos. Os chutes de Rivera foram potentes, inclusiva desequilibrando o californiano algumas vezes.
Faber anunciou que a última luta de sua carreira seria no dia 17 de dezembro de 2016, em Sacramento, Califórnia, palco que lhe tornou famoso no mundo do MMA, e seu adversário seria o experiente inglês Brad "One punch" Picket.
Em sua última luta Faber teve um desempenho fantástico, dando um kcnockdown no seu adversário no primeiro round e quase parando a luta. Após isso saiu vencedor por decisão unânime e encerrou sua carreira sendo ovacionado pelos seus fãs.

Agradecimento

Os fãs mais jovens devem ver o Urijah como um cara que simplesmente não conseguiu ser campeão do UFC, mas ele é bem mais que isso. No início dos anos 2000, não se pensava em categorias leves no MMA, e o próprio UFC não tinha nenhuma divisão abaixo de 70 kg. Para que astros do esporte como José Aldo, Dominick Cruz, Demetrious Johnson e Conor McGregor surgissem foi necessário a chegada de alguém que não só soubesse lutar mas que também tivesse o carisma para mostrar ao mundo que os mais leves poderiam ser tão empolgantes quanto os mais pesados, e o Faber foi esse cara. Além disso, ele ainda fundou em 2004 a Team Alpha Male, uma academia que formou e forma diversas estrelas do esporte como Chad Mendes, Joseph Benavidez, Paige Vanzant TJ Dillashaw e muitos outros, exemplo disso é que o mais novo prospecto da academia, Cody Garbrandt vai enfrentar Dominick Cruz pelo título no próximo dia 29. Eu realmente me sinto agradecido pela contribuição do Urijah e espero que essa postagem sirva para que as pessoas entendam melhor quem de fato é o garoto Califórnia.

domingo, 9 de outubro de 2016

Quem foi Dan Henderson?

Fala Galera que tem Fome de MMA, o UFC 204 acabou de terminar e com a aposentadoria da lenda Dan Henderson me sinto na obrigação de fazer uma postagem sobre toda a sua bela história nesse esporte que tanto amamos.

Início nas artes marciais

Dan iniciou sua vida marcial no wrestling, e na modalidade greco romana ele alcançou grandes feitos. Participou das olimpíadas de 1992 e 1996, e foi um reserva nas olimpíadas de 2000. Também foi medalha de bronze nos jogos Pan Americanos de 1995 e medalha de prata nos campeonatos mundiais de 1994 e 1996 entre outras conquistas. Apesar de ter estreado no MMA em 1997 só passou a se dedicar integralmente em 2000, após falhar ao tentar entrar no time olímpico.

MMA

Brasil Open Tournament

Dan estreou no MMA no Brasil, no Brasil Open. Para vencer, o lutador precisaria lutar duas vezes na mesma noite e o seu primeiro adversário foi Crezio de Souza, aluno de Carlson Gracie. Antes da luta Carlson disse o seguinte: "Para ganhar dos meus atletas, precisa ser um fenômeno". Ninguém sabia, mas era uma previsão. Dan venceu por nocaute técnico e na segunda luta finalizou em menos de um minuto com uma guilhotina e se tornou o campeão do Brasil Open de 1997. Era o início de uma carreira histórica.

UFC 17

Em 1998, Dan ingressou no GP do UFC 17 e lá venceu Allan Goes e o futuro campeão dos meio médios Carlos Newton e se tornou o campeão do UFC 17. Essa vitória fez com que o americano se tornasse conhecido no mundo do MMA inteiro. A partir daí ele partiu para o Japão para lutar contra os melhores nomes do esporte.


Rings: King of Kings

Para variar, Dan entrou em outro GP e saiu vencedor. Dessa vez no Japão, onde ele venceu Bakouri Gogitze e Hiromitsu Kanehara na mesma noite avançando na chave. Meses depois teve que lutar mais duas vezes na mesma noite para poder se tornar campeão. Em duas lutas duras ele venceu Rodrigo Minotauro por decisão dividida e o Renato Babalu por decisão majoritária se tornando campeão do GP do Rings. Depois dessa vitória, as portas do Pride se abriram para ele, e quem o esperava era o temido Wanderlei Silva.

Pride

A primeira luta de Dan Henderson no Pride foi também sua primeira derrota. Ele fez uma luta duríssima com Wanderlei Silva na qual machucou bastante o rosto do brasileiro, mas perdeu por decisão unânime.
A partir daí Dan fez lutas históricas no Pride, vencendo grandes nomes como Renzo Gracie, Murilo ninja, Murilo Bustamante e Kazuhiro Nakamura, além de ter feito lutas duras com Ricardo Arona e Rodrigo Minotauro, porém suas maiores conquistas no Pride começaram ao ingressar no GP dos meio médios.

Campeão do Pride

Dan fez a primeira luta em busca do cinturão dos médios nocauteando Ryo Chonan e Akihiro Gono na mesma noite. Na final, ele venceu Murilo Bustamante novamente numa luta duríssima por decisão dividida. Dan conquistava seu primeiro cinturão, e era no maior evento de MMA do mundo. Depois disso fez duas lutas com Kazuo Misaki, vencendo uma e perdendo outra.
No primeiro evento do Pride nos EUA, Dan venceu Vitor Belfort por decisão unânime  e se credenciou para disputar o cinturão dos pesos médios.
                                     Photo by: Marcelo Alonso
Na sua última luta no Pride Dan Henderson se vingou de Wanderlei Silva e e se tornou campeão peso médio do Pride ao nocauteá-lo no terceiro round. "Hendo" fazia história se tornando o rei de duas divisões no Pride, que foi comprado pelo UFC. A unificação dos títulos era pedida por todo o mundo da luta.
 Photo by: Sherdog
                                   

UFC


Na sua volta ao UFC, Hendo enfrentou o campeão meio-pesado Quinton "Rampage" Jackson pela unificação dos títulos do Pride e do UFC. Numa luta muito disputada, Jackson saiu vencedor por decisão unânime. 
A luta seguinte de Dan foi contra o até então imbatível campeão dos médios Anderson Silva. Dan impôs seu jogo inicialmente e se tornou o primeiro adversário a vencer um round contra Anderson, mas no segundo round o brasileiro atordoou o americano com golpes em pé e o finalizou com um mata leão.
A partir daí, Henderson venceu as três últimas lutas de seu contrato, contra Rousimar Palhares, Rich Franklin e Michael Bisping, nesta última com um belíssimo nocaute que ganhou o prêmio do nocaute do ano de 2009, um nocaute que entrou para a história do MMA. Ao fim de seu contrato, assinou com o Strikeforce.

Strikeforce

A primeira luta de Hendo no Strikeforce já foi pelo título dos médios contra Jake Shields, que estava em seu auge e o venceu por decisão unânime. A partir daí, mudou-se para os meio-pesados, e após nocautear Renato Babalu no primeiro round de sua revanche, se credenciou para lutar pelo título.
Dan fez história mais uma vez ao nocautear Rafael Feijão no terceiro round e se tornar campeão do Strikeforce. Mais uma vez ele tinha um cinturão de uma grande organização, mas isso não era o bastante para ele. Ele subiu para os pesos pesados, e nocauteou a lenda Fedor Emelianenko ainda no primeiro round. O UFC comprou o Strikeforce e Hendo voltou para o Ultimate mais uma vez.

Segunda volta ao UFC

A primeira luta de Hendo na sua volta ao UFC foi uma das melhores lutas da história do esporte. Ele enfrentou o ex-campeão meio-pesado Maurício Shogun, e numa luta cheia de emoção Hendo venceu por decisão unânime e se credenciou para lutar pelo título contra o até então imbatível Jon Jones, mas uma lesão no joelho afastou Dan do octógono por mais de um ano.
Photo by: Esther Lin/MMA
 Ele então no ano de 2013 enfrentou mais três ex-campeões, Lyoto Machida, Rashad Evans e Vitor Belfort. Fez duas lutas muito equilibradas com Machida e Evans, mas perdeu ambas por decisão dividida, mas contra Belfort foi nocauteado pela primeira vez em sua carreira.

Má fase e boatos de aposentadoria

Após a derrota para Belfort, ele ainda conseguiu nocautear Shogun numa revanche que foi outra luta emocionante, mas não conseguiu ter os desempenhos que tinha antes na carreira. Foi derrotado de maneira avassaladora por Daniel Cormier e perdeu por um TKO polêmico para Gerard Mousasi. Ainda venceu Tim Boetsch por nocaute em 28 segundos, mas posteriormente foi nocauteado mais uma vez por Vitor Belfort. A última luta de seu contrato foi contra o perigoso Hector Lombard no UFC 199, e mesmo levando vários kockdowns o vovô resistiu e no segundo round nocauteou seu oponente com um chute na cabeça seguido de uma cotovelada, que deixou Lombard inconsciente no chão. Ainda no octógono, Henderson disse não saber o que estava por vir.

                                     Photo by: Getty Images

Uma última disputa de título e aposentadoria

Na mesma noite em que nocauteou Lombard, Michael Bisping chocou o mundo ao nocautear Luke Rockhold ainda no primeiro round e se tornar campeão mundial dos pesos médios. Apesar de ser o 13º no ranking, a ideia de uma revanche entre uma lenda como Hendo, em sua última luta profissional e o falastrão Bisping fez sentido economicamente para o UFC, então a luta foi arranjada. No UFC 204 os dois se enfrentaram novamente, dessa vez valendo o título, em Manchester, ou seja, no país de Bisping.
A luta foi uma verdadeira guerra. Henderson deu dois knockdowns em Bisping no primeiro e no segundo round, deixando seu olho esquerdo bastante inchado. Na minha opinião Hendo venceu os rounds 1,2 e 5, no primeiro tendo margem até mesmo para um 10-8, mas os juízes não viram dessa forma. Michael Bisping saiu vencedor por decisão unânime(48-47, 48-47 e 49-46). Ao final da luta Dan agradeceu aos fãs todo o apoio nos anos que dedicou à luta, e ainda disse a Bisping que gostaria que a luta fosse avaliada pelo estado em que os rostos deles se encontravam.


Homenagem

Fica aqui registrado a minha homenagem pessoal a essa lenda, que em breve estará no Hall da fama do UFC e que sem dúvida é um dos melhores de todos os tempos. O cara que tem em seu cartel os melhores de todos os tempos, desde Carlos Newton e Renzo Gracie até Daniel Cormier. Dan "Hendo" Henderson, foi uma honra te ver lutar. Muito obrigado por todos esses anos de contribuição ao esporte, que começou a praticar antes mesmo de eu nascer. Você é um guerreiro que merece o respeito de todos.



sábado, 17 de setembro de 2016

Rivalidades do MMA: American Top Team vs Blackzilians

Fala Galera que tem Fome de MMA, logo mais teremos um UFC Fight Night com Dustin Poirier enfrentando Michael Johnson no evento principal. Essa luta não só representa a rivalidade pessoal entre os dois, mas também a rivalidade entre suas academias, uma rivalidade que já dura muito tempo e que parece longe de terminar.


O início 

A ATT surgiu em 2002, com Ricardo Liborio se unindo a Dan Lambert, com este dando apoio financeiro e Liborio formando um pequeno grupo de lutadores. Em determinado momento, Glenn Robinson passou a treinar muay thai na ATT e posteriormente resolveu fundar a Blackzilians com alguns atletas que pertenciam à ATT, o que enfureceu Lambert e iniciou a rivalidade.

Confrontos

Pelo fato de as duas academias terem sede em Coconut Creek, na Florida, as lutas acontecem sempre, em eventos pequenos e mesmo no UFC. Merece destaque Hayder Hassan, que antes de entrar no TUF era conhecido como "Blackzilian Killer" ao nocautear Jason Jackson e Felipe Portela.
No UFC, diversas lutas já aconteceram, como por exemplo a vitória por nocaute de Michael Johnson sobre Gleison Tibau no UFC 198, porém essa rivalidade atingiu seu auge recentemente com o TUF feito com as duas equipes.

The Ultimate Fighter: American Top Team vs Blackzilians

Em 2015 as duas equipes realizaram um TUF único, que trouxe regras diferentes dos anteriores. As equipes selecionariam alguns de seus atletas que não lutavam no UFC para irem para uma mansão na Florida e se enfrentassem diversas vezes em três etapas. Na primeira cada luta vencida somavam 25 pontos, na segunda, 50, e na última 100. A equipe com mais pontos venceria, e posteriormente seriam selecionados dois lutadores que tivessem lutado na casa ao menos duas vezes para fazerem a final.
Ao longo da temporada, a Blackzilians teve uma grande vantagem, com seus atletas vencendo tranquilamente as primeiras lutas, e em determinado momento precisando apenas de uma vitória para vencerem matematicamente a competição, porém a ATT heroicamente conseguiu vencer três das últimas 4 lutas e na última luta Hayder Hassan venceu Vicente Luque por decisão dividida e deu a vitória à ATT.



Na final, Hayder foi escolhido pela ATT e Kamaru Usman pela Blackzilians. Na luta Usman finalizou Hassan com um katagatame no segundo round e se tornou o vencedor do TUF.

Atualmente

Desde então, muitos embates aconteceram no UFC, com vitórias para ambos os lados, como por exemplo a vitória de Vicente Luque numa revanche contra Hayder Hassan no UFC on FOX: Dos Anjos vs Cerrone e a vitória de Danny Roberts(BLZ) sobre Nathan Coy(ATT) em dezembro de 2015. Em contrapartida Michael Graves(ATT) venceu Vicente Luque por decisão unânime no mesmo dia da final do TUF. Hoje essa rivalidade terá mais um capítulo, com dois top da categoria peso leve se enfrentando no main event por uma futura chance pelo título.


sábado, 20 de agosto de 2016

UFC 202 - Análise de Diaz x McGregor

Fala Galera que tem Fome de MMA, o UFC 202 acabou a alguns minutos e a internet já está cheia de fãs dando suas opiniões sobre a luta do Nate Diaz e Conor McGregor. Apesar de ter torcido para o Diaz, tentarei fazer uma análise fria do combate.

Antes de tudo, é importante dizer que a luta é pontuada round a round, então, não é porque o Conor derrubou o Diaz nos dois primeiros rounds que ele venceu a luta inteira, quer dizer apenas que ele venceu os dois primeiros rounds.

Round 1

O Conor lutou muito bem no primeiro round, usando bons chutes nas pernas que sempre foram um ponto fraco do Nate. Além disso seus overhands conectaram de forma mais limpa do que na primeira luta, por isso que o Conor conseguiu o knockdown. O diaz até acertou alguns chutes na perna do irlandês mas o primeiro round foi claramente do McGregor. Eu daria 10-9 Conor no primeiro round.

Round 2

O segundo round foi parecido com o primeiro, com o Conor dominando o centro do octógono e acertando golpes limpos no queixo do Diaz. Mais uma vez tenho que falar da importância que fez o Conor ter chutado a perna da frente do Nate, que por colocar muito peso naquela perna teve problemas nesses dois primeiros rounds. Os golpes do irlandês levaram o americano a knockdown duas vezes nesse round, porém o irlandês não tentou definir a luta pois Nate não perdeu os sentidos e entrar na guarda do oponente seria um grande erro. Dei 10-9 para McGregor novamente, até porque no final do round Nate começou a crescer na luta.

Round 3

Foi sem dúvida o melhor round do Nate Diaz. A fadiga começou a abater Conor, que foi colocado com as costas na grade e levou muitos golpes no corpo e na cabeça. Em determinado momento a luta ficou muito perto de ser parada e ao final do round parecia que o fim estava próximo para o irlandês. Eu daria 10-9, ou mesmo um 10-8 para Diaz nesse round.

Round 4

No quarto round McGregor recuperou um pouco mais o fôlego e conseguiu acertar alguns bons golpes em Diaz, porém seu poder de nocaute já não era o mesmo dos primeiros rounds. Diaz conseguiu colocar Conor contra a grade e desferir bons golpes também. Esse foi sem dúvida o round mais equilibrado da luta, onde qualquer pontuação seria válida. Como só vi a luta uma vez e estava muito envolvido emocionalmente, não posso dizer com certeza quem ganhou esse round.

Round 5

O quinto round foi com certeza do Nate Diaz, que conseguiu manter o Conor com as costas na grade por mais tempo, acertou bons golpes curtos e nos últimos 20 segundos conseguiu uma queda e acertou alguns golpes no Ground and Pound. 10-9 Diaz.

Bom, dois juízes deram vitória para o Conor por 48-47 e o outro deu empate por 47-47. A decisão é polêmica, mas não é absurda. É bem provável que haja uma terceira luta para servir como tira teima, o que é ótimo pois a luta de hoje foi sensacional e todos que a assistiram se divertiram bastante.  

sábado, 13 de agosto de 2016

Qual a melhor base para o MMA?

Fala Galera que tem Fome de MMA! O esporte hoje em dia é tão evoluído que tudo faz diferença quando o objetivo é se tornar um lutador de elite, e com certeza a base do lutador é um ponto fundamental, portanto, hoje irei falar algumas das melhores lutas base para se iniciar no MMA.

Muay Thai

O Muay Thai é uma das artes marciais de trocação mais completas que existem, misturando socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. Muitos lutadores de alto calibre começaram no mundo da luta treinando Muay Thai, como Wanderlei Silva e Maurício Shogun, que quando treinavam no Pride representavam a equipe curitibana Chute Boxe, que tinham alguns dos lutadores mais brutais do mundo.

Jiu Jitsu

Os lutadores de Jiu Jitsu possuem a habilidade para finalizar a luta em poucos segundos, com técnicas de alavanca muito eficientes. Royce Gracie revolucionou o mundo das artes marciais ao mostrar a eficácia do Jiu Jitsu nas primeiras edições do UFC vencendo adversários mais pesados. Além dos Gracies, Minotauro, Demian Maia e Ronaldo Jacaré são grandes representantes dessa arte.

Judô

O Judô e o Jiu Jitsu são artes marcais muito parecidas, porém devido as regras diferentes em competições os judocas são mais bem treinados em quedas e imobilizações. Essa característica os torna muito perigosos especialmente no clinch, onde a variedade de projeções é enorme. Uma das melhores demonstrações de Judô no MMA foi na segunda luta entre Ronda Rousey e Miesha Tate, quando Ronda sacudiu a adversária no octógono várias vezes.

Wrestling

O wrestling na minha opinião é a melhor base para o MMA, por possuir muitas posições que vimos dentro do octógono, além disso, um lutador com uma boa base no wrestling é capaz de decidir em que área a luta vai se desenrolar, seja em pé, no chão ou no clinch. Chuck Liddell por anos usou seu wreslting para manter a luta em pé e nocautear seus oponentes, já Randy Couture usava o clinch para cansar seus adversários e vencê-los com Ground and Pound. O número de campeões do UFC que tem o wrestling como base é imenso, nomes que vão desde Dan Severn, Mark Coleman e Matt Hughes até Chris Weidman e Tyron Woodley.



Então por hoje foi isso Galera, espero que tenham gostado do post!